Camões | |
Epopeia O género épico, ou epopeia, remonta à antiguidade grega e latina, sendo os seus expoentes máximos Homero e Virgílio. Trata-se de um género narrativo, em verso, destinado a celebrar feitos grandiosos de heróis fora do comum, reais ou lendários, em estilo elevado. Possui um fundamento histórico, embora não reproduza os acontecimentos com fidelidade, transform-os e apresenta-os como actos exemplares a servir de modelo às gerações vindouras. Consiste no relato das façanhas de um herói, ou de um povo, com interesse para esse povo e para a humanidade. Sendo este um género narrativo, exige na sua estrutura (construção) a presença de uma acção, ou enredo, desempenhado por personagens, num determinado tempo e espaço. O estilo é elevado e grandioso e o género possui uma estruturação própria, cujos principais aspectos são: * a existência de uma proposição em que o autor apresenta a matéria do seu poema * existência de uma invocação às Musas ou outras divindades e entidades míticas protectoras das artes * uma dedicatória (facultativa) * uma narração, in media res, isto é, em que a acção não é narrada pela ordem cronológica dos acontecimentos, mas se inicia já no decurso desses acontecimentos, sendo a parte inicial narrada posteriormente, num processo de rectrospectiva, ou "flash -back", ou analepse, pelo próprio herói * inclusão de profecias * presença da mitologia greco-latina, convivendo heróis mitológicos e heróis humanos ESTRUTURA de OS LUSÍADAS ESTRUTURA EXTERNA Os Lusíadas dividem-se em 10 cantos ( uma espécie de capapítulo), consti-tuídos por um número variável de estâncias de 8 versos - oitavas -, tendo cada verso 10 sílabas métricas - se acentuados na 6ª e 10ª sílabas chamam-se versos decassílabos heróicos, se a acentuação for na 4ª, 8ª e 10ª sílabas sáficos. A rima é cruzada nos seis primeiros versos e empa-relhada nos dois últimos, apresentando oesquema rimático a b a b a b c c . ESTRUTURA INTERNA Tal como mas epopeias da Antiguidade Clássica, Os Lusíadas apresentam: Proposição - canto I, estâncias 1 a 3 - o poeta define o objectivo do seu poema Invocação - canto I, estâncias 4 e 5 - Camões pede inspiração às ninfas do Tejo- asTágides Dedicatória - canto I, estâncias 6 a 18 - dedica o poema ao rei D. Sebastião ( esta parte é de carácter facultativo) Narração - inicia-se no canto I, estância 19, e termina no fim do canto X - aqui o poeta canta os feitos heróicos/gloriosos dos portugueses, tendo como acção central a viagem de Vasco da Gama à Índia. Tratando-se de uma narração, o poema apresenta as categorias próprias do género narrativo: - acção - personagens - espaço - tempo - narrador Para estudarmos estas categorias temos de ter em conta que existem quatro planos interpenetrados: - plano da viagem - plano dos deuses - plano da História de Portugal - plano do poeta A nível da acção, o plano da viagem liga-se directamente ao plano dos deuses. A viagem de Vasco da Gama à Índia está condicionada pela oposi- ção constante entre Vénus e Baco; estes dois planos constituem a unidade de acção. O plano dos deuses também interfere no plano da história de Portugal, através da profetização de acontecimentos futuros; os acontecimentos passados resultam do plano da viagem, contados devido ao pedido do Rei de Melinde a Vasco da Gama (cantoIII-V) e do Catual a Paulo da Gama (cantoVIII). Estes pedidos determinam a existência de vários narradores. Camões é o narrador principal. Vasco da Gama narra a história de Portugal e parte da viagem, Paulo da Gama refere a destacadas figuras da História. Paralelamente a estes planos, coexiste um outro consagrado às consi-derações do poeta, geralmente em final de canto, onde Camões expressa os seus pensamentos sobre a ambição, a injustiça, o desprezo das letras dando conselhos ao próprio rei. | |
|
Teste Memorial do Convento
sábado, 1 de março de 2008
Publicada por Abel Torres à(s) 10:49
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
LOCAL DE ESTUDO A VISITAR. RECOMENDA-SE.
Blog de uma artista plástica com vários trabalhos sobre Literatura, incluindo Fernando Pessoa.
Mensagem
http://www.paulacruz.com/bin/documentos/A___mensagem.doc
Sítio de apoio à disciplina.
Obras de leitura integral - 12º ano
- Felizmente há luar! Luís de Sttau Monteiro
- O Memorial do Convento, de José Saramago
Sem comentários:
Enviar um comentário